Exposição permanente
Ao longo de séculos, o sal de Aveiro possuiu reconhecimento nacional e internacional. Inspirou prosadores e poetas, serviu como método de conservação de alimentos, foi moeda de troca, produto privilegiado nas relações comerciais e uma forma de pagamento.
Marinha de sal é o nome pelo qual, em Aveiro, se designa uma salina. É constituída por um conjunto de tanques organizados em três ordens: alimentação ou comedorias; evaporação ou mandamento; e cristalização ou meios, que permitem a circulação da água salgada até à formação dos cristais de sal. Tradicionalmente é vedada por um muro de torrão.
A marinha recebe as águas do mar a partir de um dos canais da Ria, aquando das marés vivas, na lua cheia e na lua nova. A entrada ou tomada de água é feita através da bomba, concentrando-se no grande reservatório denominado Viveiro. A partir daqui, circula por gravidade passando por vários tanques até chegar aos cristalizadores, onde nasce o sal.
Para se produzir sal marinho artesanal são sempre necessários três elementos: água do mar, sol e vento, a que se associa o imprescindível saber-fazer do marnoto, ganho pela experiência acumulada. A Botadela marca, a cada ano, o início da produção de sal, sendo, por tradição, um dia de festa nas marinhas de Aveiro.
A paisagem das marinhas está, por isso, em constante mutação ao longo do ano, uma vez que a safra do sal é uma atividade sazonal que decorre entre a Primavera e o final do Verão, e que contempla três fases: a limpeza [março e abril], a cura de solos [maio e junho] e a produção [julho a setembro]. O ciclo fica completo com o pousio do inverno, época em que a marinha fica inundada. Em cada momento, a marinha tem um encanto singular que merece a sua visita.